Fazer um balanço de um ano é fácil,
são só 365 dias e esse balanço é corriqueiro nos últimos dias de cada ano,
quase todo mundo faz ou tenta fazer. Muita gente fica meio introspectiva,
refletindo se o ano foi de perdas ou ganhos. Se a conta da vida vai ter maior
valor no crédito ou no débito. Se pelo menos as contas vão fechar. Ninguém quer ficar no vermelho, significando que o ano deu
prejuízo em vez de lucro.
E aí entra em ação a análise do balanço para saber o
que deu errado e tentar consertar tudo no ano que se inicia. Mas quase sempre, se comete os mesmos erros, e a
contabilidade da vida em nada muda.
Algumas vezes, de tanto errar na tentativa
de acertar, conseguimos mudar algumas coisas e finalmente aprendemos.
É isso que estou tentando fazer nos últimos tempos.
Não mais um balanço anual, mas uma revisão de vida. Comecei pela pior e mais
difícil parte: a coragem de olhar pra dentro de mim sabendo que iria encontrar
coisas não muito bonitas e nem agradáveis de ver. Pior ainda, de saber que eu
teria que me deparar com os meus piores monstros e fantasmas. E realmente,
tenho encontrado bichos horrendos. Mas em contra partida, tenho descoberto
coisas que me fazem feliz.
De maneira geral,
até o momento, não faço a menor ideia de quando ou como vou fechar o meu
balanço, mas estou achando fascinante esse modo de contabilizar sentimentos em
lugar de números! O saldo na conta da minha vida, por
enquanto está batendo, isto significa que estou relativamente feliz! Vamos em
frente...
Na virada do ano que passou, fiz uma coisa que desejava há muito tempo! Fiquei em casa só. Permiti-me assistir o show pirotécnico da minha varanda. As luzes espocando na praia e eu vendo tudo sem me importar com roupa, falatórios, abraços e beijos e os tradicionais banhos de champanhe e votos bêbados de feliz ano novo. Apenas vi o espetáculo lindo e fiz uma oração.
Hoje queria repetir o meu ritual do ano passado. Mas tenho uma missão a cumprir. Preciso ir visitar a minha vela querida.
Uma vela
que se apaga, sem podermos interferir. Uma chama que nos iluminou, nos guiou,
nos ensinou a não ter medo do escuro, nem das adversidades da vida.
A chama bruxuleante ainda está acesa, como muito custo ela se mantém acesa. Mas já não tem forças para brilhar. A cera e o pavio cada hora ficam menores.
Espera apenas um leve sopro, uma pequena brisa, para apagar-se para este mundo e tornar-se um anjo de luz! Não tenha medo, vela da minha vida, vá com Deus!!!
A chama bruxuleante ainda está acesa, como muito custo ela se mantém acesa. Mas já não tem forças para brilhar. A cera e o pavio cada hora ficam menores.
Espera apenas um leve sopro, uma pequena brisa, para apagar-se para este mundo e tornar-se um anjo de luz! Não tenha medo, vela da minha vida, vá com Deus!!!
A minha vela com certeza estará dormindo quando o céu iluminar-se com a magia dos fogos de artifício. Mas o velho cuidador da minha vela, o incansável e amoroso velhinho que aos poucos se transformou em um dedicado e humilde servidor, tomando para si toda a ternura e todo o cuidado para com a minha amada vela, não merece ficar só!
Portando, hoje vou vestir minha mais bela roupa de festa, me arrumar com todo esmero, como ele gosta de me ver, para brindarmos a chegada de 2015. Meu Velhinho não vai estar só!
Ah 2015! Com você virá mais 365 dias. Dias de alegrias, tristezas, angústias... Dias de incertezas!
Podes até ser o ano que estará gravado na lápide da pessoa que mais amo!
Feliz 2015! (Penélope Freitas)