domingo, 4 de janeiro de 2015

O BERÇO E O TÚMULO SÃO APENAS PORTAS



Muitas são as pessoas que não gostam de falar sobre a morte. Acham mórbido, de mau agouro, que atrai maus fluidos, más energias e outras coisas do gênero. 
O fato é que a morte é a única certeza que temos nesta vida e não devemos vê-la como um tabu que não se pode falar e nem pensar.
A meu ver, devemos encarar a morte como um acontecimento natural, pois tudo que tem vida um dia perecerá, quer falemos ou não; quer pensemos ou não, fatalmente um dia passaremos por esta experiência.
Preparamo-nos para viver, mas não nos preparamos para morrer. Isto é um paradoxo, sonhamos e fazemos planos que não sabemos se conseguiremos realizar, pois não sabemos se viveremos para por em prática todos os sonhos e planos. Ninguém sabe o dia que transporá a porta para a outra vida, ou para o nada, para quem é materialista! 
O que estou querendo dizer é que a morte faz parte da vida e como tal deve ser encarada com naturalidade e não como uma subversão à natureza.
Ao engravidar, a mulher desconhece muita coisa do ser que está gerando. Quem será, como será, se nascerá perfeito. A única certeza que se tem é que aquela criança terá que sair do seu corpo de qualquer maneira. E quando nasce, a mãe vive uma espécie de luto nos primeiros dias. Isso é normal! 
E o nascimento já era esperado e desejado. A mãe fez enxoval, preparou com todo o cuidado o cantinho do bebê, falou dele, pensou seu nome, conversou com crianças sobre o nascimento, falou da vida que estava chegando.
Do mesmo modo, deveríamos falar de morte com os pequenos, tal qual falamos de vida, assim criaríamos uma geração mais consciente e mais preparada para o enfrentamento dos diversos lutos que não podemos evitar.
Quando se trata da passagem de um ente querido, a morte é especialmente dolorosa, mas se estivermos preparados e nos conscientizarmos que é uma lei natural, ao invés de nos acharmos indestrutíveis e que nunca ocorrerá conosco, não seremos pegos de surpresa, não ficaremos desnorteados. 
A saudade sim, sempre vai existir, mas o desespero e a inconformação não fará parte do nosso sofrimento! 
 (Penélope Freitas)


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