Quem tem
algum interesse por Psicologia ou Psicanálise, certamente já sabe do que se
trata esse título. Porém, aqui nesse texto não tem nada a ver com o que Freud
trata no livro que tem esse nome.
E digo
mais: quem sou eu para ousar levantar questões sobre os pressupostos
Freudianos?
Pinceladas
apenas, aqui e acolá do que estou sentindo agora e sobre mim desde sempre.
Desde que
descobri que existo, me sinto assim.
Vivo um
luto eterno sei por que e por quem. Aprendi cedo a usar defesas para encobrir a
melancolia que sentia. Extrema timidez e isolamento me acompanham também desde
a minha meninice.
Encontrei
uma foto antiga e vi que isso vem de berço! Não lembro quando tirei essa foto, mas
tem a data no verso da foto, tinha três anos. E vejo nos olhos enormes da
menina franzina, um misto de vergonha e pavor, apesar do sorriso. Odeio fotos
até hoje.
Outro
flagrante do tempo, capturado pela lente de uma câmera, já mostra o meu esforço
em aprender as minhas defesas. Todas as poses, em vez de sorrisos tímidos e
olhos apavorados, estão variadas caretas e línguas de fora, olhos vesgos.
Tentativas infantis de esconder o meu rosto com as máscaras que hoje uso.
Sensibilidade
à flor da pele. Exageros. Mente tumultuada. Inquietações. Angústias. Ansiedades.
Companhias inseparáveis, amizades de infância foram esses sentimentos, nunca
tive outros amigos e se os tive, não lembro mais de ninguém. Inquietações que
inquietavam pessoas. Descobri recentemente que irritava muita gente com minhas
perguntas. Indagações sobre temas que não eram fáceis de responder a uma
criança e a criança exigia resposta. Que irritante devia ser!
Não tenho
uma inteligência mediana, tampouco sou acima da média, muito menos tenho algum
déficit cognitivo, me defino como uma pessoa que tem facilidade em aprender. E
esse é o meu ponto forte na árdua caminhada que estou empreendendo.
Penso que
pela timidez e consequente isolamento, me apeguei aos livros. Tinha a meu
dispor uma vasta biblioteca com os mais variados assuntos e assim que aprendi a
ler comecei a minha aventura através das histórias. Algumas não apropriadas
para crianças, como Dostoiévski e A.J. Cronin, Machado de Assis, Humberto de
Campos, coleções inteiras. Até que ganhei as minhas coleções...
Essa
paixão por livros também me acompanha. Minha maior diversão é ir a uma livraria
e comprar livros, minha compulsão. Tenho mais livros do que consigo ler e
sempre quero mais.
Doença
talvez, mais uma...
Essa
paixão me deu muita bagagem para enganar as pessoas que sou "Muito
inteligente", mais uma das minhas máscaras.
Voltando
um pouco a Freud e analisando até aqui o que escrevi, me coloco entre seus
psicóticos. Só que com um atenuante, tenho consciência do porque sou assim. Sei
que posso um dia melhorar, mas mudar esse meu jeito de ser. Impossível
Ainda bem
que não tenho nada para fazer além de escrever absurdos ao meu bel prazer.
Mente
tirana, insana e corroída, dai-me paciência pra te aguentar!
Será que nunca vou aprender o que realmente preciso aprender? (Penélope Freitas)
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