quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

OS TRANSTORNOS MENTAIS E SUAS LENTES

 

 Quando alguém se sente excluído, não amado, incompreendido, abandonado pelas pessoas que ama vive um inferno na terra.
Entretanto, quando essa pessoa descobre que viveu tantos anos se sentindo assim, única e exclusivamente por não saber lidar com suas próprias interpretações de suas emoções descontroladas e que seu discernimento lhe mostrou só o que a sua mente quis entender. Essa pessoa sente-se amada e acolhida no seio da família como um bebê que acaba de nascer.

É assim que me sinto agora. Finalmente entendi que toda a mágoa que sentia em relação a minha família era invenção da minha cabeça.

Como assim?
Simples. Entendi que quem tem transtorno bipolar ou qualquer outro transtorno afetivo ou de personalidade, vê somente o que quer ver. Vê a vida pela lente da doença, com um desvio, não vê o fato como ele realmente é. E dependendo da lente que cada um desses transtornos nos traz, as coisas ficam bem confusas.
Estudei essas teorias, mas foi na prática que entendi como elas funcionam.

Tenho transtorno bipolar e transtorno de personalidade e foi preciso um esforço enorme para "sair de mim" e observar o comportamento da minha família em relação a mim. Sem as minhas lentes psicopatológicas, pude ver nitidamente, sem as distorções, sem as cores carregadas de emoções que sou amada.
Como consegui? Sinceramente não sei. Penso que estive me preparando para isso já há um bom tempo. Na minha psicoterapia, na minha vontade de ver e saber. Na minha autocrítica.
Uma coisa eu sei. Vou continuar com os meus transtornos, isso não tem cura, tem tratamento e é o que eu faço. Porém, quando algum acontecimento banal tentar me levar a usar minhas lentes... Eu vou saber que são eles.
A diabólica doença tentando me enganar. Pelo menos com relação a minha família essas lentes não funcionam mais. (Penélope Freitas)



domingo, 25 de janeiro de 2015

ENFIM, COMEÇOU MEU ANO!



  Agora posso descansar! Aproveitar as férias sem preocupações, sem festas e comemorações. Acabou a minha maratona de final de ano.
Detesto ter compromissos festivos. E ontem foi o último. Respiro aliviada! Consegui cumprir todos e até que me saí bem!
Meu corpo está moído, me sinto como se atropelada por um trem. Mas estou livre!
O esforço que fiz para não desabar de vez nos últimos meses foi enorme. Cansada e agora posso descansar.
Não se trata de cansaço físico apenas. Fico realmente exausta, quebrada ao meio, quando tenho que fazer o que não quero. Porém, o que me deixa assim tão mal é a energia que não consigo repor quando estou vivendo sob pressão. Nem que durma cem anos, não consigo descansar. 
É como se o meu cérebro não parasse nem um segundo. E ele não desacelera mesmo.
Agora não tem mais festa, comemorações, aniversários, batizados... Enfim, vou começar a viver!
Reparar minhas energias para recomeçar um novo ano.
Como sempre, não vai ser fácil, mas vai ser como sempre!
Enlouquecer de raiva com o carnaval e todos os incômodos de morar em uma cidade que se transforma em um hospício. Como sempre! Para isso já tenho meus truques e estratégias. 
E esperar o que vier de novo e triste.
Sou pessimista e não tenho esperança de dias felizes. Se continuar a mesmice de sempre já estou no lucro.
Felicidade para mim é este momento agora. Acabou minha agonia e posso descansar em paz! Agora estou feliz. Agora me sinto bem!
Tomando coca-cola, fumando meu cigarro e respirando aliviada.
Me disseram que desaprendi a sonhar. Não é bem assim. 
Eu ainda sonho, o que aprendi é não acreditar mais neles.
Sonhar para mim é tão irreal que quando começo a sonhar, ouço uma voz que me diz: 
Isso nunca vai acontecer... Cansei de perder tempo sonhando coisas que nunca aconteceram!
(Penélope Freitas)



Esse era meu sonho! Ter um casamento igual ao que vi e vejo até hoje. Não consegui realizar apesar de sonhar e casar muito. Agora.... Danem -se os sonhos!!!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

AMANDO NA CONTRA MÃO




 Quando quero ir a vida me diz não vá
Quando quero voltar o amor me diz fica
Quando quero dizer não, alguém me força o sim
Quando quero o sim, não é hora e tenho que ouvir o não
Quando quero a vida, ninguém vê que ainda vivo e existo
Quando quero a morte, todos me perguntam o porquê
Quando quero amor simplesmente não há
Quando quero fugir, só a tristeza do meu lado vai
Quando quero ficar.... Não vejo pra quê
Quando quero, quero, quero, quero
é sempre não, não, não, não!
Quando será que vou ouvir um sim?
Amor, amar, amargo, amor,
Insensato amor, insensato coração
Amar, amor, não te cabe, quem já amou sabe
Amar amargo amor, não te atreva
Nunca ouvirás um sim
Andarás sempre na contra mão
Por mais que tente amar amor, amargo amar
Amor pra mim nunca existiu e nunca existirá
Revolto-me contra esses nuncas, e daí? Não adianta
É minha sina, amar amargo amor, pelo menos finjo que amei!
Amar me instiga e fascina
Busco loucamente o amor que não tiive
Invento que sou amada
Carência de criança mimada
Amo, sei que amo! 
Meu amor só eu entendo.
Turbilhão de sentimentos que se por qualquer senão
qualquer sopro de desdita
volta na contra mão 
Esconde-se, transmuta-se, vira fumaça do meu cigarro. (Penélope Freitas)


domingo, 18 de janeiro de 2015

CLASSIFICADOS




 Procura-se um cuidador com as seguintes especificações:
1. Sexo masculino;
2. Gentil, sensível e educado;
3. Que saiba dar valor aos pequenos detalhes que dão à vida um sabor único;
4. Que seja honesto, leal e sincero;
5. Disposto a trocar ensinamentos de como se apaixonar todos os dias;
6. Companheiro e cúmplice para todas as horas;
7. Que se permita ser cuidado também;
8. Que tenha autonomia financeira, emocional e não queira dividir o mesmo espaço físico;
9. Que saiba amar sem cobrar e também aceite que a felicidade está em ser livre e deixar o outro em liberdade;
10. Que entenda que não é a quantidade e sim a qualidade que importa em se tratando de sexo, carinho e amor!

Tá difícil achar essa pessoa? É pode ser.... Vai ver que é por isso que estou só há tanto tempo! Mas se não reunir estas características não me interessa. Estou pedindo demais? Não, só estou valorizando minha qualidade de vida. Amar é isso e quem achar que é impossível.... Eu sinto muito, mas tem algo errado na sua forma de amar. ( Eu)







O JOGO DO CONTENTE - JOGADO DO MEU JEITO



Sim sou louca!
Louca porque meu pensamento estava muito à frente do meu tempo. Agora sou bipolar!
Louca porque  aprendi a construir couraças para  afugentar o medo de enfrentar minhas verdades,  as que me jogam na cara e as que jogo na cara dos outros.
Não tenho medo nem da vida e muito menos da morte!
Sim sou louca!
Louca por saber que tenho limitações e desenvolvi mecanismos para  esconde-las das pessoas.  As que eu ainda não sei, eu as busco para ver se dou um jeito.
E esse meu jeito quase nunca é entendido, nem pelo que me são caros!
Sou louca por amor, por afeto, por carinho, por beijo na boca, por uma boa trepada ou apenas um afago em meus cabelos, depende da hora!
Sou louca pelo bem, pela caridade, pelo amor ao próximo, pelo respeito, pela alteridade, sou louca por tudo que não faça mal aos outros.
Sou louca por querer e acreditar que ninguém vai me fazer mal.... Isso sim é loucura, ou como chamam esse tipo de loucura: "ingenuidade"!
E dessa loucura eu não me livro nunca, por mais velha que fique.
Sou louca porque já levei muita porrada da vida e não revidei nenhuma, sou louca por brincar do jogo do contente: síndrome de Pollyanna, essa é a minha mais doída, a que me causa mais prejuízos, mas não sei se ela tem cura.
Sou louca porque sendo um cristal fino tenho que me transformar em concreto pra aguentar as pauladas e apenas viver, ou sobreviver.
Essa não é loucura é estratégia, questão de sobrevivência!
Sou louca, irracional, irascível, briguenta, imperfeita, incompreendida, massacrada, afrontada, discriminada, esquecida, deixada de lado, magoada, mas é assim que eu sou.
Acho que não pertenço a este mundo!
AME-ME OU DEIXE-ME
(Penélope Freitas)